domingo, 12 de outubro de 2008

ESTUDO SÉRIO

Um estudo da investigadora da Universidade de Aveiro, Luísa Pinho, indica que existem cerca de 4 mil casas em risco devido ao avanço do mar entre as praias de Esmoriz e da Vagueira, anunciou a responsável à agência Lusa.
Luísa Pinho, que está a preparar um doutoramento sobre protecção do risco costeiro, fez um levantamento das habitações existentes nas áreas de risco definidas pelo Instituto da Água (INAG), identificando um total de 4 mil habitações, sem contar com outro tipo de edifícios.
O levantamento teve por base um estudo sobre as áreas de risco efectuado pelo INAG e incidiu sobre as praias de Esmoriz, Cortegaça, Furadouro, Torreira, Barra, Costa Nova e Vagueira, abrangendo os concelhos de Ovar, Murtosa, Ílhavo e Vagos.
Em declarações à Lusa, a investigadora adiantou que é nas praias de Esmoriz e da Vagueira que a situação é mais preocupante porque «são as praias onde há mais casas demasiado próximas do mar».
Luísa Pinho reconhece que «há situações problemáticas do ponto de vista social e económico, pelo que terá de haver a remodelação das estruturas de defesa costeira», mas adianta que o problema não ficará resolvido.
«A solução é apostar num correcto ordenamento do território e na fiscalização para impedir o aparecimento de novas construções junto ao mar», disse à Lusa.
No caso de Esmoriz, a ameaça às defesas costeiras e o recuo da linha da costa, segundo Luísa Pinho, está a ser provocado pelo défice de sedimentos, que ficam retidos a montante, em consequência da construção de infra-estruturas portuárias (Leixões) e fluviais (barragens do Douro).
Rupturas na muralha de defesa da costa provocadas pela maré forte de terça-feira levaram a que na quinta-feira a água chegasse a algumas casas na praia de Esmoriz, concelho de Ovar.
Segundo o presidente da junta de freguesia local, Alcides Alves, o avanço das águas atingiu cerca de duas dezenas de habitações.
O autarca reclama da tutela uma solução definitiva para os habitantes da praia de Esmoriz, a qual poderá passar pelo reforço da defesa da costa ou pelo realojamento das pessoas.
Os habitantes e as autoridades temiam o risco de a maré voltar a aproximar-se das casas com a preia-mar desta sexta-feira, mas tal não se verificou, disse hoje de manhã fonte dos Bombeiros Voluntários de Esmoriz, que já abandonaram o local.
Algumas pessoas das casas mais directamente ameaçadas foram aconselhadas a sair das habitações e passar a noite num hotel, providenciado pela autarquia, mas houve quem preferisse ficar.

domingo, 24 de agosto de 2008